Naquele ano levantou-se um vento diferente dos outros ventos. Como, de outra forma, se explica Os estores esvoaçantes, As suas barras metálicas a bater, insistentes, nas paredes, As janelas escancaradas no Centro de Saúde, Os corredores de vento no emprego? O vento invadia todos os espaços. Vinha de fora e tomava com dedos de espectro Todos os prédios e as casas outrora impenetráveis. Só os quintais e as quintas não estranharam. Os seus habitantes já caminhavam com a queimadura do vento ...
Ler MaisO outono é uma cortina castanha Esvoaçante, translúcida. Filtra luz dourada E tudo fica um pouco dourado E ruivo. É uma romã partida a meio E duas inteiras. O outono é um por do sol, É descanso e é estudo Ninho Fumo Convívio mudo. O outono é queda, sombras E vontade de voltar a aprender. Abigail Ribeiro 27 de setembro de 2020
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