Eu guardo o teu segredo e tu guardas o meu. Escapulo-me do rebuliço, (vou ao teu encontro) afasto as canas com uma mão (vou ao teu encontro) e com a outra, o ...
Ler MaisContinuo ao pé do mar, Os meus olhos no ir e no voltar mas desta vez na expectativa de que o mar viesse molhar viesse molhar-me os pés (eu ali sentada na areia ...
Ler MaisA intimidade é uma espécie de vapor de água entre silhuetas. Tem tato fino, Toca ao de leve o nome, di-lo muitas vezes, baixinho, guarda-o. A intimidade fecha os olhos e sente. Abre ...
Ler MaisE assim foram... De pétala em pétala em pétala em pétala em pétala em pétala. Havia muitas direções em cada flor. O vento agitava as saias, Levantava-as, baixava-as, Levantava-as outra vez. As cores eram agradáveis Rosa ...
Ler Maisem memória do meu avô José Fernando Pereira Coutinho (18/03/1929-31/05/2022) Os olhos fecharam-se. A luz entrava na câmara Depois da antecâmara, Transformando a tenda das pálpebras Num espectáculo de sombras ...
Ler MaisNo fundo do mar há um espelho de cabo dourado. Está lá pousado. Os peixes passam, Inexoráveis e encantados, Agitando gelatinas de fada, Nas suas mangas de cetim. São braços e pernas ...
Ler MaisSento-me contigo à mesa, À mesa possível. É uma mesa corrida (não, não é). Com bancos corridos (talvez), Onde se sentam e de onde se levantam Estranhos. Eu também sou estrangeira. E ...
Ler MaisHá uma mesa algures no deserto Tu não a vês como ela é Nem sabes quem a pousou ali Ela é somente. Quatro pernas Um tampo. E mais nada. No deserto há ...
Ler MaisPara o meu filho L. A tua silhueta corre, Percorrem-te ondas como as do mar, Tens escamas de luz. Desenharam-te a tinta da China E, no entanto, és dourado, Sempre foste dourado E ...
Ler MaisA palavra muda Primeiro é barro e depois é vaso E depois é caco e depois é pó. Para ser refeita precisa de ser amolecida Com água. Plasme-se, pois, a ...
Ler MaisO mar deixou de fazer a cama (é sempre assim no verão). Passa só os dedos, tira as engelhas (isso basta-lhe) E sorri para dentro (sereno). O verão ...
Ler MaisAs rochas que vi hoje São dentes da terra Ossadas de dinossauro Entregues à neblina e ao salitre Devoradas por monstros que têm Hálito a algas E têmporas gélidas de nevoeiro. Ficam, ...
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