E assim foram... De pétala em pétala em pétala em pétala em pétala em pétala. Havia muitas direções em cada flor. O vento agitava as saias, Levantava-as, baixava-as, Levantava-as outra vez. As cores eram agradáveis Rosa velho, rosa pálido Como num quadro japonês, De forma que, por vezes, se esqueciam do que ali faziam e por que ali estavam (para onde íam!). Os cabelos fustigavam e tinham a ilusão de se mover, mas embalavam-se (e quase adormeciam) enquanto sobrevoavam as orelhas das rosas, naqueles labirintos de tons pastel E davam por si em comparações impossíveis com ...
Ler MaisEntrar na casa do Cedro significava passar por um pequeno portão de grades, um pequeno jardim, tocar à campainha e esperar, junto a um arbusto de fuchsia, que viesses abrir a porta. Quando a abrias, eu ainda me demorava a fitar os brincos de princesa e tu dizias, com voz delicada e doce: “são brincos de princesa”. Não precisava de ser um colibri para sentir o magnetismo das cores. Não ...
Ler MaisPassiflora edulis Perguntava-me, por vezes, por que é que chamaram “fruto da paixão” ao maracujá. Desconhecia-lhe a mãe, flor. Esfaqueava-o, sem pensar nele, comia-lhe as sementes de aréola gelatinosa com o sumo que escorre. A colher cheia do lanço da ignorância. Sobravam as escalpes da casca, em madre-pérola ósseo, com veios arroxeados. Quase se adivinhavam meninges. E ía embora. Com aquele sabor tropical a trautear na boca. Exótico, estrangeiro, doce e ácido. Os meus avós tinham ...
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